Porque Jesus chorou II

E lá está Ele, o Filho de Deus, em pé diante do tumulo de Lázaro, revestido da indignidade da carne humana. “Tendo sido” desde o principio da eternidade, somente Ele pode compreender. Somente Ele conhece a enormidade da tragédia e o horror daquele horror: nada disso precisava ter acontecido.

Seus olhos humanos fitam a rocha que encerra os restos de seu amigo, mas seus olhos divinos vão além e penetram no poço dos horrores que aquela pedra representa. O poço dos horrores de tudo que seu Pai jamais quis que acontecesse. O poço dos horrores da abominável lei do pecado.

Na ampla visão de sua divindade, Ele vê tudo isso:

a destruição da vida,

o espirito separando-se do corpo,

a miserável conclusão da corrupção e da queda.

Ele vê isso tudo e somente Ele compreende: nada disso precisava ter acontecido! Oh, a ferida que isso abre em seu santo coração! Ele chora – seus pés humanos imundos com a sujeira de um tumulo humano; seu coração humano esmagado pela dor da morte de um homem que Ele ama. Ele – chora seus pés divinos abarcando toda a extensão da compreensão divina; seu coração divino esmagado por séculos e séculos de mortes e mais mortes de, oh, tantos homens, mulheres e crianças que Ele ama profundamente.

JESUS

Cercado pela família e amigos de Lázaro, seus ouvidos humanos são tomados pela agonia do lamento humana. Choros e gemidos o cercam por todos os lados; o clamor ensurdecedor como algo profano que interrompe a respiração de sua alma santa.

Oh, como isso tudo faz seu coração desmoronar – como ele palpita se descompassa e se turba em seu ser. Ele é o Filho do Deus e, solitário em si mesmo, tudo dentro Dele se revolta e se agita, chora e rui: “Não, não, não era para nada disso ter acontecido”!

Sim,“salario do pecado é a morte” (Romanos 6:23). A enormidade dessa verdade é como um golpe de lança, frio e impiedoso, em seu flanco divino; como ela seria literalmente cravada no calvário nas semanas seguintes. Ela golpeia repetidamente seu coração, levando:

Cada gota de sangue já derramado,

Cada enfermidade e calamidade,

Cada espasmo de morte e cada ultimo suspiro,

E toda lagrima que eu e você derramamos ou derramaremos, na esteira dessas atrocidades.

JESUS

E enquanto seu coração luta por ar no meio do maremoto de dor e entendimento, uma vez que este lá “desde o inicio”, sua memoria divina é mais uma vez despertada. Sua mente volta, volta e volta até “aquele” dia.

O primeiro dia.

O primeiríssimo dia.

Que dia mesmo seria este?

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