O Que há de Errado com o Apelo na Pregação?
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de errado com o apelo na pregação, pragmatismo cristão, promoção celestial,
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26/02/2012 por Roberto Aguiar
“A simples aceitação de um ensinamento
verdadeiro sobre a pessoa de Cristo, sem o coração ter sido ganho por Ele, e a
vida ter sido devotada a Ele, é apenas mais outra etapa deste caminho “que ao
homem parece direito”, mas cujo fim “são caminhos da morte”. A.W. Pink
Ao contrário do que a maioria de nós crentes
imagina, o apelo feito no final do culto para que o perdido entregue sua vida à
Cristo, é uma prática relativamente nova, portanto completamente desconhecida
dos apóstolos. Durante seus primeiros 1.800 anos, o cristianismo se desenvolveu
sem a famosa ajuda do apelo, “Quem quiser aceitar Jesus, levante sua mão”. Há
propósito, alguém já encontrou o termo, “Aceite a Cristo” no novo testamento?
“Foram
os Metodistas e os Evangelistas reavivalistas do século XVIII que deram luz a
esta novidade no cristianismo que se chama de “apelo”. Esta prática de convidar
pessoas que desejam orações a colocar-se de pé e vir à frente para recebê-las
surgiu de um evangelista Metodista chamado Lorenzo Dow. Posteriormente o
reverendo James Taylor foi um dos primeiros a chamar pessoas para virem à
frente em sua igreja em 1785 no Tennessee. O primeiro uso do altar de que se
tem registro com relação a um convite público aconteceu em 1799 em um acampamento
metodista em Rio Vermelho, Kentucky, E.U.A.
[117]
Mais tarde, em 1807 na Inglaterra, os
metodistas criaram o “banco de penitentes”. [118] Agora, os pecadores ansiosos
tinham um local para confessar seus pecados ao serem convidados para vir à
frente. Este método chegou aos Estados Unidos dentro de poucos anos. O
evangelista Charles Finney (1792-1872) acatou este “banco de penitentes”.
Finney começou a usar este método a partir de sua famosa cruzada de 1830 em
Rochester, Nova Iorque. [119] O “banco de penitentes” localizava-se defronte ao
lugar onde os pregadores se postavam no púlpito. 120[120] Ali tanto pecadores
como santos carentes eram convidados a ir à frente para receber as orações do
ministro. [121] Finney elevou o “apelo ao altar” ao nível de uma obra de arte.
Seu método consistia em pedir àqueles que queriam ser salvos para que se
levantassem e fossem à frente. Finney tornou esse método tão popular que “após
1835, chegou a ser um elemento indispensável no moderno evangelismo”. [122] - Charles
Finney (1792-1872).
Com o tempo, esse “banco de penitentes” dos
acampamentos feito em fazendas e beira de estradas foi substituído pelo “altar”
no salão da igreja. O “caminho de serragem” usado nos acampamentos deu lugar ao
corredor da igreja. Assim, pois, surgiu o famoso “apelo ao altar”. [124] Talvez
o elemento mais dominante proporcionado por Finney ao moderno cristianismo foi
o pragmatismo. Por pragmatismo quero dizer a crença de que se algo funciona ou
dá resultados, então deve ser apoiado ou aceito. Finney acreditava que o NT não
ensinava nenhuma forma determinada de adoração. [125] Ele ensinava que o único
propósito da pregação é ganhar almas. Qualquer mecanismo que ajudasse atingir
esta meta poderia ser aceito. [126] Sob Finney, o evangelismo do século XVIII
se converteu em uma ciência e foi integrado à corrente principal das igrejas.
[127] O cristianismo moderno nunca se recuperou desta ideologia antiespiritual.
É o pragmatismo, não a Bíblia ou a espiritualidade, que governa as atividades
da maioria das igrejas modernas. (Posteriormente as igrejas atentas aos seus
“índices de audiência” foram além de Finney). O pragmatismo é daninho porque
ensina que “os fins justificam os meios”. Se o fim é considerado “santo”,
qualquer “meio” é válido. Por estas razões Charles Finney é aclamado como “o
reformador litúrgico mais influente na história da igreja americana”, [e em
conseqüência, da igreja moderna]. [128] Do ponto de vista do genuíno
protestantismo, é necessário que a doutrina esteja rigorosamente de acordo com
as escrituras para poder ser aceita. Mas pela prática da igreja, tudo é válido
desde que resulte em novas conversões! Em todos os aspectos, o Evangelismo
reavivalista converteu a igreja em um ponto de pregação, restringindo a
experiência da ekklesia a uma missão evangelística. [129] Isto normatizou os
métodos reavivalísticos de Finney e criou personalidades do púlpito como a
atração dominante. A igreja passou a ser uma questão de preferência individual
em vez de ser uma questão coletiva. [130]
Em outras palavras, a meta dos reavivalistas
era levar pecadores individualmente a uma decisão individual, por meio de uma
fé individualista. Como resultado, a meta da Igreja Primitiva — a edificação
mútua e o funcionamento de cada membro manifestando Jesus Cristo coletivamente
diante dos principados e potestades — perdeu-se completamente. [131]
Ironicamente, João Wesley, [a quem muito admiro],um dos primeiros
reavivalistas, compreendeu os perigos do movimento reavivalista. Ele escreveu
que “o cristianismo é essencialmente uma religião social [...] transformá-lo em
uma religião solitária é certamente sua destruição”. [132] O último tempero que
o Reavivalismo agregou à liturgia protestante foi fazer o “apelo ao altar” após
um hino. Esta é a liturgia que domina o protestantismo até hoje”. Frank A.
Viola
O texto acima introduz um pouco de luz sobre o
tema, nos fornecendo mais condições de entender alguns fatores pelo qual as
coisas se encontram como estão. A problemática do apelo, é que numa área de
extrema complexidade, a salvação do indivíduo, ele apela para um recurso extra
bíblico. O apelo também não leva em consideração a necessidade de
arrependimento do pecador, como condição para a sua salvação, como as
escrituras determinam, “Disse Jesus: Se não se arrependerem, todos de igual
modo perecerão”. Lucas 13:3. Mas alguém pode observar, “mas o que pode haver de
errado em algo que é extra bíblico, se esse recurso ajuda as almas a se
encontrarem com o salvador?” Realmente ajudaria se não atrapalhasse. O apelo
acelera um processo que jamais poderia ser apressado. No evangelho, Jesus
ensina justamente o oposto.
“Grandes multidões estavam seguindo Jesus.
Então Ele fez um discurso assim: “Todo aquele que quer ser meu seguidor deve
amar-Me bem mais do que ao seu pai, mãe, esposa, filhos, irmãos ou irmãs – sim,
mais do que a própria vida; caso contrário, não pode ser meu discípulo.
E ninguém pode ser meu discípulo se não
carregar sua própria cruz e seguir-Me. Mas é preciso pensar muito antes de
resolver. Pois quem começaria a construção de um edifício sem primeiro fazer os
cálculos e depois verificar se tem dinheiro suficiente para pagar as contas!
Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces, e não a podendo
acabar, então todo mundo se riria dele! Estão vendo aquele sujeito ali diriam
em tom de gozação: ‘Começou aquela construção e ficou sem dinheiro antes de
terminar.
E qual é o rei que algum dia pensou em ir à
guerra sem primeiro sentar-se com os seus conselheiros e discutir se seu
exército de 10.000 tem força suficiente para derrotar os 20.000 homens que vêm
marchando contra ele’! Se acharem que não, enquanto as tropas inimigas ainda
vêm longe, ele mandará uma comissão para combinar as condições de paz. “Assim
ninguém pode ser meu discípulo se primeiro não resolver abrir mão de todas as
outras coisas, por mim”. - Lucas 14: 25 a 33
Observe que apesar da missão do messias ser
fundamentalmente o resgate da humanidade, em momento algum ele minimiza ou
rebaixa o padrão pelo qual os homens devem recebê-lo. Querer resolver tudo em um só evento, em algo
de tamanha magnitude, é um erro crasso, é o calcanhar de Aquiles da pregação do evangelho. A verdadeira conversão é algo muito mais
superior e complexo do que a nossa vã teologia supõe, podemos notar isso pelos
termos que Jesus apresenta para aceitar alguém ao seu lado. Na verdade nós é
que precisamos ser aceitos por Jesus, e não o contrário como se diz
irresponsavelmente. Essa conversa de que a salvação é gratuita é verdade, mas
com certas considerações, e jamais sem elas.
Oferecer a salvação como a um brinde que pode ser recebido
incondicionalmente, é propaganda enganosa,
uma mentira maldosa para com os pobres ouvintes.
“É impossível alguém se arrepender [segundo os
padrões de Cristo] sem ter uma profunda decepção consigo mesmo”
Com esse tipo de apresentação que nos
acostumamos a fazer do evangelho, não me admiro que a maior parte dos conversos
abandone o caminho após uma leve ciência dos fatos, e outra parcela gigantesca
das chamadas ovelhas, estejam na igreja simplesmente interpretando o personagem
do cristão, após descobrirem que foram impulsionadas a optarem precipitadamente
por um salvador, do qual não conheciam absolutamente nada. E o que as mantém na
congregação então? É simples, disseram a elas que a salvação eterna lhes foi
oferecida em troca de um consentimento verbal e público de que Jesus era o
filho de Deus, o salvador. E que após essa “promoção celestial”, o que se
esperava deles seria penas uma leve freqüência nos cultos, algum dinheiro,
seguido do abandono de meia dúzia de maus costumes. Como dizem alguns sóbrios
homens de Deus, “Nunca ninguém ofereceu tanto, por tão pouco”.
“A natureza da salvação de Cristo é
deploravelmente deturpada pelo evangelista de hoje. Eles anunciam um Salvador
do inferno ao invés de um Salvador do pecado. E é por isso que muitos são
fatalmente enganados, pois há multidões que desejam escapar do Lago de fogo que
não têm nenhum desejo de ficarem livres de sua carnalidade e mundanismo”. A.W. Pink
Outra questão que facilitou a introdução cega
do apelo foi a má interpretação da palavra Crer. No mundo secular, a palavra
crer tem um significado diferente do que há na bíblia. A igreja de um modo
geral, influenciada pelos reavivalistas, pegou textos sobre o tema e os
interpretou segundo o contesto humano:
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que
deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha
a vida eterna”. João 3:16
“Quem
crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado”. Marcos 16:16
“Quem crê nele não é condenado”. João 3:18
Num país cristão, se você perguntar as pessoas
se elas acreditam em Jesus, a maioria dirá que sim, claro! Elas entendem que
estamos perguntado se elas acreditam na existência da pessoa e da obra de Jesus
Cristo. Mas o problema é que o texto não está questionando isso. O que o texto
está indagando é se a pessoa acredita no que Jesus fala, e não se acredita em
sua existência pessoal. E isso faz alguma diferença? Claro, faz toda a
diferença, porque se tratam de coisas absolutamente diferentes! Acreditar na
existência de Cristo e de sua obra, não exige nada de mim. Mas acreditar em
suas palavras significa o fim da minha vida como a conheço, significa a morte
do meu ego, a extinção de minha independência, a renuncia das coisas que amo,
mas que me fazem mal, e o montante de tudo isso é alto demais para que seja
calculado em alguns minutos. É por isso que uma decisão dessas não pode levar
apenas alguns momentos. O apelo é a
causa do exorbitante número de decisões por Cristo abortadas.
“Quem vende propostas de baixo risco são
comerciantes de mercadorias falsificadas. É exatamente isso que as igrejas
modernas estão oferecendo.
Em minha igreja jamais faço um apelo. E
algumas pessoas me perguntam, “Mas como você sabe que alguém entregou sua vida
à Cristo?” Eu respondo: É simples! Quando a vida da pessoa começa a mudar para
de acordo com as escrituras, a conexão entre ela e Deus foi efetuada com
sucesso. “Disse Jesus: Pelos frutos os
conhecereis…” Então assim está tudo resolvido? De forma alguma! Após uma
possível decisão por Jesus, trato de informá-las que uma escolha por Cristo,
foi apenas o início do jogo e não o final dele. Foi apenas o primeiro, de
diversos passos que deverão se suceder até o fim de suas vidas. Embora isso
afete o numero de candidatos a seguidores de Cristo, nem Jesus, nem os
apóstolos jamais tiveram compromisso com as estatísticas, mas sim com a
verdade. Eles procuravam construir nas pessoas uma fé firme, inabalável, que
resistisse a tudo e a todos. Esse tipo de fé não se consegue com decisões
instantâneas, de momento, nem com o rebaixamento dos padrões bíblicos, nem com
a omissão das condições impostas por Deus.
“A menos que um homem seja posto no nível de
sua miséria e culpa, toda nossa pregação é vã. Somente um coração contrito pode
receber um [o verdadeiro] Cristo crucificado”. - Robert Murray McCheyne.
Existe um prejuízo em seguir ao Cristo
escriturístico, existe algo à perder. Se formos sinceros, admitiremos que o
messias claramente dificultava a adesão de novos candidatos a discípulo como
ficou evidente no episódio do jovem rico. Jesus agia assim porque
diferentemente de nós, acima de tudo prezava pela verdade, e a verdade nos
obriga a sermos extremamente francos e transparentes, ingredientes
indispensáveis para se construir relacionamentos profundos e duradouros.
A igreja evangélica moderna, pelo menos em
países pobres e em desenvolvimento, continua se expandindo sob terreno arenoso
e irregular, usando técnicas de engenharia extra-bíblicas. Eles visam apenas a
multiplicação do empreendimento, sem atentar para a sua solides. Fundamentos
duvidosos põem em risco toda a estrutura, mas isso parece não intimidar os
alto-afirmados lideres da igreja moderna.
Aos
servos sinceros que ainda se preocupam com a voz do mestre, aconselho a
abandonarem a fobia por novos convertidos à “sangue-frio”, e a investirem o
suor em serem verdadeiros discípulos. Só assim estarão aptos para fazerem
discípulos de verdade. Não confundam, a ordem do mestre não foi conseguir o
maior numero de “decisões”, mas de discípulos.
“Não
procuramos enganar as pessoas para que creiam, não estamos interessados em
fazer trapaça com ninguém. Nunca procuramos fazer com que alguém creia que a
Bíblia ensina o que ela não ensina. Nós nos abstemos de todos esses métodos
vergonhosos. - II Coríntios 4:2
Roberto
Aguiar
Fonte: Frank A. Viola, “Cristianismo Pagão”.
[116] Revival and Revivalism,
pp. 185-190.
[117] The
Effective Invitation, pp. 94-95. Veja também
Protestant Worship: Traditions in Transition, p. 174.
[118] Finney destacou-se também por inovar em
termos de apelo e por iniciar revivamentos. Empregando o que era chamado de
“novas medidas”, he argüia que não havia nenhuma forma normativa do culto no
NT. E tudo que tivesse êxito em trazer pecadores para Cristo seria aprovado
(Christian Liturgy, p. 564; Protestant Worship: Traditions in Transition, pp.
176-177).
[119]
The Effective Invitation p. 95.: O primeiro uso histórico da frase “banco
de penitente” vem de Charles Wesley .[
“Oh, aquele banco penitente santificado.” Para uma crítica completa sobre o
banco de penitentes veja J.W. Nevin’s The Anxious Bench (Chamgersburg: Wipf
& Stock, 1843).
[120]
Protestant Worship: Traditions in Transition, p. 181; Christian History, Volume
VII, No. 4, Issue 20, pp. 7, 19.
[121] Christian
History, Volume VIII, No. 3, Issue 23, p. 30;
Christian History, Volume VII, No. 4, Issue 20, p. 7; Christian Liturgy, p. 566.
[122] Revival and Revivalism, pp. 226, 241-243, 277. -
[123] The Effective Invitation, p. 96.
[124]
Dictionary of Pentecostals and Charismatic Movements, p. 904. Ainda sobre este tema, veja Gordon L.
Hall’s The Sawdust Trail: The Story of
American Evangelism (Philadelphia: Macrae Smith Company, 1964). O “caminho
da serragem” foi tido depois como uma garantia da eficácia do evangelista. Este
uso (“percorrer o caminho da serragem”) foi popularizado pelo ministério de
Billy Sunday (1862-1935). Veja Evangelism: A
Concise History, p. 161.
[125]
Protestant Worship: Traditions in Transition, p. 177.
Precisamos ser libertos das algemas do egoísmo e começar a pensar, sentir e agir.. sendo assim,nos aprofundaremos e ampliaremos nosso entendimento a respeito do que estamos aprendendo enquanto cristão na Igreja.
ResponderExcluir"Pensar" Uma pesquisa internacional, comprovou que 90% das pessoas não pensam e 5% pensa que pensam. E agora será que eu e você pensamos?
ResponderExcluirAlgemas da religião...hahahaha.
Quem somos nós?!
ResponderExcluirNão poso afirmar sobre o teor da canção abaixo, mas acredito que uma parte dela nos coloca em frente ao Cristo "Salvador de Pecados" e nossa adoração por quem Ele é.
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Quem é você?
Longe do altar, o que Deus vai ver quando Te sondar
Quem é você além de um domingo
Depois das luzes, do discurso e da máscara
Quem é você quando ninguém vê
Quem é você?
http://www.youtube.com/watch?v=UODZQzwgvvw
"A reputação é o que os homens dizem de você junto à sua sepultura. O caráter é o que os anjos dizem de você diante de Deus"... (Público)
Isso tudo é verdade quem é eu e você nos bastidores desta vida, no apagar das luzese, o que dirão os anjos a nosso respeito.
ExcluirVamos pensar!