Não tenho aqui a menor pretensão de ensinar alguém a orar, mas quero compartilhar algumas experiências que me traz a idéia de que algumas vezes oramos sem saber o que estamos dizendo, o significado da oração ou não cremos naquilo que pedimos.
Eu penso que o tempo é o que temos
de mais preciso para investir na oração, e de forma mais profunda, digo que é o
tempo que passamos intimamente com Deus, assim como Jesus ensina: “Mas
tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai
que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará
publicamente”. (Mateus
6:6)
Vejamos algo interessante neste
verso. Estamos falando de um Deus que nos aguarda individualmente e nos vê secretamente
e secretamente também, nos recompensará.
Neste texto, tenho a revelação que a oração que Deus está mais interessado é
aquela que Ele vê, e não um monte de palavras vans. Não estou defendendo a
teoria de que não precisamos verbalizar nossa oração. Muito pelo contrário,
precisamos falar com Deus por duas principais razões. Primeiro, porque é
falando que aliviamos nossa consciência e, segundo, só quando falamos assumimos
responsabilidades.
Muito do tempo que desperdiçamos
falando uns dos outros, poderíamos estar falando com Deus. O tempo que passamos
“mirabolando” estratégias para criarmos igrejas midiáticas, seria bem melhor
gasto se aplicássemos em orações e amando mais ao próximo.
Porém, caro leitor, você pode ser
uma pessoa que ora, frequenta reuniões de oração e passa muito mais tempo do
que eu orando, mas não obtém resultados. É por isso que resolvi vos escrever, a
partir das minhas experiências, esse texto.
Vejo pessoas fiéis, amorosas e de
muita santidade, orando dentro da Igreja. No entanto, nem sempre vejo dinamismo
e resultado por parte de Deus. Será que Deus não está nos ouvindo? Será que, na
verdade, ele não está interessado em nossas lamentações? Será que pedimos
coisas difíceis demais que para Deus são impossíveis? Ou será que oramos
errado?
Como pastor, eu ouço enumeras
reclamações tais como orar é algo doloroso e chato. Eu sou obrigado a
concordar, pois nos dirigimos a um Deus que se diz tão poderoso e faz coisas
impossíveis, mas nunca acontece nada. E ainda somos ludibriados por alguns
falsos profetas colocando um arranjo de que se não aconteceu é por que oramos
sem fé.
A oração passa ser parte da nossa
vida exatamente quando se torna dinâmica, e sempre que falamos com Deus obtemos
respostas. Experimente organizar de forma sistemática o que vai apresentar a
Deus em oração, escrevendo inicialmente, para não esquecer-se de nada nem de
ninguém. Este exercício também o/a ajudará a acompanhar os resultados do que
pedimos e queremos hoje! Digo isto, por que às vezes nossa falação não chega a
Deus, por que oramos inconsequentemente, pedindo coisas que não podemos ter,
que não precisamos ter e, pior ainda, coisas que, como crianças, queremos hoje
e amanhã não queremos mais. Quando aprendermos a organizar o que queremos tratar
com Deus, até o tempo que passamos orando é melhor, passamos mais tempo em
comunhão com Ele e com muito mais qualidade.
A oração precisa deixar de ser
obrigação e se tornar o prazer de desfrutar da intimidade do Pai. Um pai pode
ir ter com seu filho e um filho pode visitar seu pai nas datas especiais ou nos
fins de semana, mas se o faz por interesse ou obrigação, esta relação esta
fadada ao fracasso. Da mesma forma é com nosso Criador, o Eterno. Será que não
passamos até algum tempo com Ele mais como uma obrigação, e nos esquecemos de
que além de pai, Ele é Deus, e sabe exatamente dos nossos corações? Se for
assim, o que este relacionamento produz entre nós e Deus?
Outra coisa que gostaria de
abordar neste artigo é como oramos a Deus. Será que oramos crendo que ele pode
fazer todas as coisas, mas só o fará quando desejarmos do fundo do nosso
coração que se faça, em primeiro lugar, a Sua vontade e não nossa? Vejamos o
que João diz a respeito disso.
“E esta é a confiança que temos
nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve.” (1 João 5:14)
Pare de argumentar, pare de
chorar e pare de forçar. Não oramos para saber qual é o vontade de Deus, oramos
para exigir de Deus. Argumentamos para convencê-lo, choramos para comovê-lo e
forçamos para mover seus braços, como se Ele estivesse parado e nós fôssemos
colocá-lo em ação, a partir da nossa ordem. Sabe quando Deus atua nestas
condições? Nunca! Lutamos contra a vontade de Deus, mas Ele sabe o que fazer,
conhece nossas escolhas e nunca mudará o que determinou para nós. Então,
desista de tentar mudar Seus planos!
No texto em 1 João, lemos que
podemos confiar nele quando pedimos-Lhe algo
segundo sua vontade e não a nossa. Outro texto da palavra de Deus diz
que se o entendimento não for transformado, não receberemos o melhor de Deus. “[...]
sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis
qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”. (Romanos 12:2)
Se desejarmos de verdade agradar
a Deus e receber suas benevolências, precisamos parar de tentar negociar com
Deus. Ele não é negociador, Ele não é leiloeiro e nem nos dará chance para dar
um lance, mas Sua vontade é eterna. A secreta vontade de Deus para nós é seu
eterno e imutável propósito, referente a todas as coisas que Ele fez, para
produzir certos meios para seus fins apontados. “Meu conselho subsistirá, e farei
toda minha vontade” (Isaías
46:10). Esta é a absoluta e eficaz vontade de Deus, sempre efetuada,
sempre realizada.
No próximo artigo vamos descrever
um pouco sobre a oração e os significados do modelo que Jesus nos deixou no Pai
Nosso.
PR Jean C. Calegario
Texto Revisado Por:
Adriano Gomes