Senhores ou Donos da Igreja na Terra II

A Igreja do Senhor dos Céus e as igrejas dos senhores da Terra










 
Simplicidade da revelação de Cristo
Conforme modelo da Igreja do Senhor – o verdadeiro Corpo de Cristo – expresso tanto pelo Senhor, quanto pelo apóstolo Paulo, não há brechas para cismas, pois não estão inseridos nele estruturas e poderes temporais. Hoje temos tudo isso em função da interferência humana e daí o gosto e busca desenfreada pelo poder temporal.
Nem mesmo templos – construções humanas – existiam na Igreja Primitiva. Tais construções ocorreram por volta do início do terceiro século. Sua importância está na Velha Aliança: “Porque vale mais um dia nos teus átrios do que mil. Preferiria estar à porta da casa do meu Deus, a habitar nas tendas dos ímpios”, Sl 84.10. Na Nova, os verdadeiros adoradores não dependem dos tais, mas da comunhão e da constituição de si próprio como templo divino, conforme Efésios 2.21-22, expresso acima, 1Pedro 2.5 e ensino do Senhor, que já preconizava tal forma de adoração na Igreja, ao dialogar com a mulher samaritana: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem”, Jo 4.23.
Embora as casas de oração e demais estruturas não devessem atrair tanto, elas não precisam ser excluída e deveriam constituir-se barreiras ultrapassáveis. Porém, muitos não conseguem passar dessa prova, se enroscam, perdem o alvo da soberana vocação e se embrenham por caminhos que levam a impérios tomados a força e não ao Reino do amor.
As estruturas humanas acumulam poderes terrenais e atraem o homem desejoso de domínios, como se retrata hoje. Não fosse isso, muitos estariam no anonimato e não poucos buscariam outros meios para se verem em evidência, na contramão da proposta de João Batista: “É necessário que ele cresça e que eu diminua”, Jo 3.30, com o resultado refletido na sociedade: “Porque Herodes temia a João, sabendo que era homem justo e santo; e guardava-o com segurança, e fazia muitas coisas, atendendo-o, e de boa mente o ouvia”, Mc 6.20.
Em João 17 vemos que não existe Igreja sem Corpo – a comunhão. Mas nessa unidade (um), só possível com a renúncia do ego humano, a divindade acaba expressada pelo próprio Cristo. Ele é somente visto quando todos são reduzidos a zero no sentido temporal – mas não no espiritual (de novo gerados, cf 1Pd 1.23), que ressurge do nada para ser um em Cristo.
Objetividade da revelação de Cristo
Um quinto de toda a Bíblia ou o equivalente a um quarto do total usado para a revelação da Velha Aliança é o suficiente para a revelação do Criador em Cristo. E mais, o espaço de tempo também é infinitivamente menor e chega a um século: desde o nascimento de Jesus Cristo, entre 4 e 6aC até à morte do último dos apóstolos, João, por volta do ano 96dC.
Isto porque os apóstolos foram constituídos únicos como estrutura e guardiões da doutrina da Igreja: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações”; “E, quando iam passando pelas cidades, lhes entregavam, para serem observados, os decretos que haviam sido estabelecidos pelos apóstolos e anciãos em Jerusalém”; “Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina”; “E o muro da cidade tinha doze fundamentos, e neles os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro”, At 2.42; 16.4; Ef 2.20; Ap 21.14.
No mundo, mas fora de seu sistema dominante
Ergue-se então, pela Eclésia (chamados para fora – do mundo –, eklêsia no grego, de ek, fora de; kaleo, convocar, chamar), com a ideia intrínseca de “tirados para fora”, com vistas ao Arrebatamento (tirados com força, com grande ímpeto, arrancados), um grupo unificado de variados povos, línguas, culturas e nações, sob o domínio da língua determinante da cultura e do mercado da época – o grego.
“É um grego fácil, claro e temperado pelo uso da linguagem falada, adequado à inteligência até das camadas mais humildes da sociedade, às quais era dirigida, com certa predileção, a nova mensagem da salvação evangélica” (Novo Testamento, tradução dos textos originais, com notas, dirigido pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma, ©1967 by Edições Paulinas – São Paulo).
Eklesia conta com mais de cem referências no Novo Testamento, conforme traduz a Septuaginta, para indicar a assembleia ou congregação dos santos (em Cristo), como faz questão de especificar apóstolo Paulo, diferenciando-os dos demais santos (separados) de diversas religiões da época (Ef 1.1).
A contemporaneidade da Unidade
Assembleia ou congregação só pode existir por meio da unidade, expressa por Cristo, como prova da essência espiritual sobre a existência temporal, a indicar a presença do próprio Cristo no meio da mesma. Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim”, Jo 17.23.
Essa unidade deve ter a mesma identidade e semelhança à do Pai, Filho e Espírito Santo – a Triunidade. Três Pessoas em uma única essência e atributos. Com isso, a Igreja não só se revela como um só Corpo – o Corpo de Cristo – como também a própria divindade nela, pelo milagre da unidade e não somente união.
A Glória divina, dada por Cristo à Igreja, pode perfeitamente provocar a ascensão da essência carnal para o espiritual. Essa mesma revelação de cunho espiritual leva o homem à renúncia, ao despojamento dos limites humanos.
Equivale à necessidade de desintegralização da carne para a integralização ao Espírito. Assim forma-se um só Corpo em Cristo, pois a unidade não é coisa de discurso, mas essência tomada por revelação aos que não param na chamada, mas seguem como também escolhidos e, portanto, confirmados como eleitos.

  DEZ PASSOS PARA SE TORNAR UM PACIFICADOR Publicado em   17 de abril de 2020   por   Celebrando Restauração 1. ANDAR HUMILDEMENTE E isto vo...

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