Um estudo das três ocasiões em que o Senhor providenciou alimento
material para Seu servo. Originalmente publicado nos primeiros números da
revista "O Caminho".
Elias foi um dos mais destacados servos de Deus mencionados no Velho
Testamento, um daqueles que teve o privilégio de aparecer no monte da
Transfiguração (Mateus 17:3). Ele testificou de Deus no meio da idolatria,
enfrentando o rei de Israel, a rainha Jezabel, os 450 profetas de Baal e os 400
profetas do poste-ídolo (I Reis cap. 18); ele orou a Deus, e não choveu naquela
terra por três anos e seis meses! Um super-homem? Não; “Elias era homem
semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos” (Tiago 5:17).
De onde vinha, então, o seu poder? A resposta é clara:
ele dependia
do Senhor. Ele confiou, não em si mesmo, mas na força do Senhor, e Deus
pôde operar através do Seu servo. Deus é quem o fortalecia (I Reis 18:46), e
também foi Deus quem cuidou dele durante o seu ministério. Em três ocasiões
diferentes, o Senhor providenciou alimento de forma milagrosa para Elias,
alimento indispensável para que ele pudesse continuar testemunhando do Senhor:
junto ao ribeiro de Querite (I Reis 17:5,6), na casa da viúva de Sarepta (17:9)
e no deserto (19:4-7). Como o número 3, na Bíblia, nos fala de algo pleno,
completo, podemos ver aqui, em figura, como Deus pode prover plenamente para
todas as nossas necessidades.
Vamos analizar, então, as três ocasiões em que o Senhor, por meio de
milagres, providenciou alimento material para Seu servo.
1. Junto à torrente de Querite, fronteira ao Jordão (I Reis 17:1-6)
Note bem o contexto em que Elias se encontrava. O rei Acabe, diz a Bíblia,
“fez … o que era mau perante o Senhor,
mais do que todos os que foram
antes dele” (I Reis 16:30), trazendo a idolatria para Samaria e Israel,
edificando um altar e uma casa para Baal em Samaria, fazendo “
muito mais
para irritar ao Senhor Deus de Israel do que todos os reis de Israel que foram
antes dele” (16:33). Em 16:34 lemos que foi nesses dias que Jericó foi
reedificada. Jericó nos fala daquelas coisas que tentam impedir o progresso do
plano de Deus, e devem ser destruídas. Deus havia amaldiçoado aquela cidade,
dizendo que ela nunca deveria ser reconstruída (Josué 6:26); mas eis um homem,
Hiel, o betelita, desafiando o Todo Poderoso.
”
Então, Elias…” (17:1). Foi neste cenário que Elias começou
a testemunhar. Quando o povo se prostituia com os ídolos, quando a cidade que
Deus amaldiçoara estava sendo reconstruída, “então Elias” enfrentou a Acabe e a
todo este sistema pecaminoso.
Deus, vendo a sua fidelidade, lhe disse: “Retira-te daqui, vai para a banda
do Oriente, e esconde-te junto à torrente de Querite … E ordenei aos corvos que
ali mesmo te sustentem”. Elias era o Tesbita (que significa “cativo”); Deus
queria que ele fosse para Querite (que significa “separação, alienação”). Deus
não queria um profeta cativo daquele sistema religioso idólatra, mas um servo
que estivesse disposto a partir para um lugar de separação. E “
ali
mesmo” (não em qualquer outro lugar, mas ali mesmo), Deus iria lhe
providenciar alimento.
Irmãos, este continua sendo o desejo de Deus. Ele nos diz: “Retirai-vos do
meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas impuras, e Eu vos
receberei” (II Cor. 6:17-18). E outra vez: “Retirai-vos, retirai-vos, saí de lá,
não toqueis coisa imunda; saí do meio dela; … Porque o Senhor irá adiante de
vós, e o Deus de Israel será a vossa retaguarda” (Isaías 52:11-12). “Saiamos,
pois, a Ele, fora do arraial, levando o Seu vitupério” (Heb 13:13). “Infiéis,
não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que
quiser ser amigo do mundo, constitui-se inimigo de Deus” (Tiago 4:4). A
separação foi a primeira obra que Deus realizou na Criação (separando a luz, as
águas, e a terra das águas, para somente depois criar luzeiros e povoar tanto as
águas quanto a terra), e é uma das primeiras exigências que Deus faz aos Seus
filhos. Só pode ser usado
por Deus aquele que se separa
para Deus. Para que possamos experimentar a provisão de Deus
nas nossas vidas espirituais, é necessário sair fora do arraial, separando-nos
de tudo que este mundo (material e religioso) representa.
Elias teve fé, deixou Samaria, foi para Querite, o lugar de separação, e Deus
o sustentou com a água daquele lugar e com a comida que os corvos lhe traziam.
Que milagre impressionante! Corvos trazendo pão e carne duas vezes ao dia para
Elias! Só mesmo o poder de Deus poderia efetuar isto.
Este milagre, porém, só ocorreu porque Elias confiou no Senhor, indo para um
lugar deserto na certeza de que o seu Deus poderia sustê-lo. Veja que exemplo de
dependência. Um servo menos fiel poderia ter entrado em contato com Obadias, o
mordomo do rei, que já havia escondido e sustentado a 100 profetas (I Reis
18:4), e pedido ajuda a ele. Afinal, “Obadias temia muito ao Senhor” (18:3), era
um discípulo também; porque não falar com Obadias, “só para garantir”? Elias,
porém, possuía a maior de todas as garantias —
a palavra do
Senhor! Ele sabia que não estava dependendo de Obadias, nem de qualquer
outro servo; ele confiava
no próprio Deus para o seu sustento.
Ele sabia que o seu Deus, o Criador dos céus e da terra, Aquele que cuida dos
pássaros e dos lírios, tinha poder para cuidar dele também.
Mas, e hoje em dia? Será que este poder tem diminuído? É claro que não; seria
blasfêmia pensar desta maneira. O que acontece hoje em dia é que a nossa visão
do poder de Deus é bem menor. Deus ainda deseja que os seus servos se dirijam à
Querite, sendo separados (e esta separação é exigida de todo filho de Deus, não
só dos “obreiros”). Deus ainda está disposto a nos sustentar “ali mesmo”,
através do Seu poder divino. Mas nós temos achado um meio caminho: queremos ir à
Querite, mas insistimos em deixar alguém em Samaria para nos sustentar. Achamos
que é necessário criar organizações humanas para poder servir ao Senhor,
esquecendo que, se Ele nos chamou, é claro que Ele irá nos sustentar.
Meu irmão, minha irmã, pare e pense um pouco na sua atitude. Você está
dependendo unicamente do Senhor, ou você ainda hesita em deixar aquela aparente
segurança que sistemas humanos (por mais louváveis que sejam nas suas intenções)
lhe proporcionam? Você teria coragem de partir para um lugar distante, sem
avisar a nenhum “Obadias”, assim que o seu Senhor lhe chamasse? O cético diria:
“É loucura! Você vai morrer de fome!”. Mas ouça o que a Bíblia nos diz: “Temei
ao Senhor, vós, os Seus santos,
pois nada falta aos que o
temem. Os leõezinhos sofrem necessidade e passam fome, porém
aos que buscam ao Senhor bem nenhum lhes faltará” (Salmo
34:9-10). Iremos nós, quer por palavras, quer por atitudes, duvidar da Palavra e
do poder de Deus? Que possamos ter mais fé: “Retira-te daqui, vai … para junto à
torrente de Querite,… E ordenei aos corvos que ali mesmo te sustentem”.
“Separai-vos, diz o Senhor; e Eu vos receberei” (II Cor. 6:17-18).”Retirai-vos,
saí de lá, … Porque
o Senhor irá adiante de vós, e o Deus de Israel será
a vossa retaguarda” (Isaías 52:11-12).
Em Querite, então, vemos como o Senhor sustentou Seu servo quando este estava
disposto a se separar para o Senhor. Se obedecermos ao nosso Deus, jamais nos
faltará o necessário. Mas Elias, além de ser sustentado quando sua fé foi
evidenciada, também foi fortalecido por Deus quando sua fé foi
provada e quando sua fé
enfraqueceu.
2. Em Sarepta de Sidom (I Reis 17:7-16)
A situação, agora, se torna mais adversa, pois lemos que, “passados dias, a
torrente secou, porque não chovia sobre a terra” (v 7). Elias havia sido fiel,
os pecadores estavam sendo castigados, mas parecia que ele próprio seria
atingido pela disciplina de Deus contra os pecadores! A torrente secou; será que
o Senhor iria desamparar aquele que havia obedecido a Ele? Será que Deus se
esquecera de Elias, sozinho lá em Querite?
É certo que não! “
Deus é fiel, e não permitirá que sejais
tentados além das vossas forças. Pelo contrário, juntamente com a tentação, vos
proverá livramento, de modo que a possais suportar” (I Cor. 10:13). Deus, o
mesmo que fez com que a rocha produzisse água no deserto para o povo de Israel
(Ex. 17:6) poderia facilmente ter feito com que a torrente não secasse, mesmo
sem a chuva. Mas Ele queria fortalecer a fé de Seu servo, e lhe mostrar como,
mesmo nas mais adversas circunstâncias, “todas as coisas cooperam para o bem
daqueles que amam a Deus” (Rom. 8:28). O Senhor queria ensiná-lo a não desanimar
com as circunstâncias, mas confiar no Senhor para o seu sustento.
O Senhor manda a provação, mas juntamente com ela, provê livramento:
“Dispõe-te, vai a Sarepta … onde ordenei a uma mulher viúva que te sustente”.
Seria uma viagem longa, das margens do Jordão até Sarepta de Sidom, mas havia a
promessa divina de que ele seria sustentado. Muitas vezes, irmãos, é necessário,
tendo fé naquilo que Deus nos diz, não hesitarmos em deixar o lugar onde estamos
se Deus nos chamou para outro lugar (um lugar físico, ou uma posição social, ou
um relacionamento comercial, etc). Sidom, terra dos gentios, poderia parecer,
aos olhos de Elias, um lugar menos desejável do que Querite, em Israel. Uma
viúva poderia parecer incapaz de sustentar a Elias. Mas Deus mandou, e Elias
simplesmente obedeceu, sabendo que este era o caminho para continuar em comunhão
com o Senhor. Será que estamos insistindo em permanecer junto à torrente que
está secando, quando Deus quer nos sustentar mais adiante? Quando as
circunstâncias apertam, nós desesperamos, ou buscamos a orientação do Senhor? Se
andarmos sempre perto dEle, não deixando que as circunstâncias nos derrubem, nem
nos prendendo demais àquilo que já tem passado, o Senhor irá nos sustentar,
ajudando-nos a crescer. Ele sabe o que é melhor para nós.
Repare nos métodos que Deus usa: primeiro, corvos; agora, uma mulher viúva. A
Bíblia descreve somente 9 viúvas, que são facilmente divididas em três grupos de
três:
• 3 viúvas não muito louváveis: Tamar, que praticou imoralidade (Gen. 38); a
viúva de Tecoa, que mentiu ao rei Davi (II Sam. 14:1-21); e a viúva que
importunou o juiz (Luc. 18:1-5). Todas estas alcançaram seus objetivos
(provavelmente com boas intenções), mas por meios errados.
• 3 cujos filhos foram alvos da graça de Deus: Zerua, a mãe de Jeroboão, cujo
filho foi escolhido por Deus para reinar sobre Israel (I Reis 11:26, 31); a mãe
de Hirão, cujo filho era cheio de sabedoria para fazer os utensílios do templo
(I Reis 7:14); e a viúva de Naim, cujo filho foi ressuscitado pelo Senhor Jesus
(Luc. 7:12).
• 3 viúvas que puseram o Senhor em
primeiro lugar: a viúva
de Sarepta, que fez um bolo primeiro para o servo do Senhor, e depois para ela e
seu filho (I Reis 17:13-15); a viúva pobre, que “deu tudo o que possuía, todo o
seu sustento” ao Senhor (Luc. 21:4); e Ana, que “não deixava o templo, mas
adorava noite e dia em jejuns e orações” (Luc. 2:37).
Como é gostoso ver estas maravilhas da Palavra de Deus. Mas além de
demonstrar a inspiração verbal e perfeita da Bíblia, estas nove viúvas nos
mostram que nosso sucesso não depende tanto de nossas próprias qualidades, mas
sim de como deixamos Deus operar em nossas vidas. Todas eram viúvas, mas algumas
erraram, ao passo que outras foram abençoadas. E o segredo está em colocar Deus
em
primeiro lugar em nossas vidas. Deus pôde usar esta viúva de
Sarepta (ao que tudo indica, uma viúva bem pobre) para ajudar o Seu servo, e
para cumprir o plano de Deus, porque ela estava disposta a servir primeiro ao
Senhor. Será que nós também estamos colocando o Senhor em primeiro lugar nas
nossas vidas, para que Ele possa nos usar para a Sua glória? Temos a humildade
de reconhecer que “
é Deus quem efetua em nós tanto o querer
quanto o realizar” (Fil. 2:13)? Veja o ótimo exemplo dos macedônios, que
“deram-se a si mesmos primeiro ao Senhor” (II Cor. 8:5). Não basta servir ao
Senhor somente quando for conveniente. Quem quiser ser Seu discípulo,
“
negue-se a si mesmo”, e submeta-se à vontade dEle.
Nesta segunda vez em que Elias foi sustentado por Deus, vemos que, quando sua
fé foi provada, ele seguiu a direção do Senhor, indo para Sarepta, e Deus o
recebeu ali. Novamente vemos como o Senhor cuida dos Seus, e “
não
permitirá que sejais tentados além das nossas forças; pelo contrário,
juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de modo que a possais
suportar” (I Cor. 10:13). Mesmo que não podemos entender porque a torrente está
secando, e não compreendemos os problemas que temos que enfrentar, sabemos que o
nosso Deus está em controle da situação. Lembre disso:
Deus é
fiel! Por mais escura que seja a noite, siga a orientação dEle, e Ele
te susterá.
Já temos visto como Elias foi sustentado pelo Senhor quando sua fé foi
evidenciada (em Querite, I Reis 17:1-6), e também quando sua fé foi provada (em
Sarepta, I Reis 17:7-16). Na terceira vez em que lemos que Deus providenciou
alimento material de forma milagrosa para o Seu servo, vemos Elias sendo
sustentado mesmo quando sua fé enfraqueceu.
3. No deserto, perto de Berseba (I Reis 19:1-8)
Elias desanimou. Depois de enfrentar ao rei Acabe e aos 850 profetas falsos,
ele teve medo da ameaça de uma mulher (Jezabel), fugiu para o deserto, e pediu
que Deus lhe tirasse a vida. Depois de demonstrar uma coragem exemplar, ele olha
para baixo, assim como fez Pedro quando andava sobre o mar (Mateus 14:25-32), e
começa a afundar. Não ousamos criticá-lo, mas podemos aprender, pelo seu erro,
que é necessário que estejamos sempre “olhando para o Autor e Consumador da
nossa fé, Jesus” . Se olharmos para as circunstâncias, fatalmente iremos
desanimar. Há outros exemplos na Bíblia de homens que saíram de uma grande
vitória e sofreram uma terrível derrota (veja o caso de Noé, por exemplo, em
Gên. cap. 9). “Aquele, pois, que pensa estar em pé, veja que não caia” (I Cor.
10:12).
Lemos que Elias veio e se sentou debaixo de um zimbro. Esta planta, que é
mencionada só mais duas vezes na Bíblia, sempre nos fala de coisas ruins. Em Jó
30:4, lemos de “filhos de doidos, e filhos de gente sem nome” (v 8), que se
alimentavam de raizes de zimbro; e em Salmo 120:4, vemos as brasas vivas de
zimbro relacionadas com a língua enganadora (v 3). Este fato reforça a triste
situação de Elias, fugindo, no deserto, debaixo de um zimbro, pedindo a morte à
Deus.
A misericórdia do Senhor, porém, sempre nos impressiona, e a Bíblia nos
garante que mesmo “se formos infiéis, Ele permanece fiel” (II Tim. 2:13). Deus
veio ajudar Seu servo nesta hora de fraqueza. Desta vez, porém, Ele não mandou
corvos, nem uma viúva, mas um anjo do Senhor; e não somente uma vez, mas duas (o
nº_2, na Bíblia, nos fala de comunhão). Deus despertou a Elias do seu sono,
querendo ter comunhão com ele. Hoje o Senhor diz: “Eis que estou a porta e bato.
Se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele
comigo” (Apoc. 3:20). O contexto em Apocalipse está falando da comunhão do
Senhor com seus filhos, e nos desperta para este fato: se estivermos dispostos a
acordar do nosso sono, Ele quer ter comunhão conosco.
Elias acordou, comeu, e se fortaleceu, mas ainda teve que andar quarenta dias
e quarenta noites até chegar a Horebe, o monte de Deus (v._8). Quarenta é
símbolo de provação, e vemos ilustrado aqui o caminho longo e difícil para o
crente que se afasta de Deus, e deseja voltar novamente. É sempre mais difícil
levantar do que cair. Quando um cristão se afasta de Deus, ele logo vai sentir o
peso do seu pecado, e vai querer voltar ao Senhor. Mas todos os maus hábitos que
ele aprendeu terão que ser deixados; tudo aquilo que ele já sabia, mas do qual
se esqueceu, terá que ser reaprendido; Deus terá que discipliná-lo para que ele
possa ser “participante da Sua santidade” (Hebreus 12:10). Elias foi apenas
“caminho de um dia” ao deserto (I Reis 19:4), mas teve que caminhar “quarenta
dias e quarenta noites até Horebe, o monte de Deus” (v. 8). Irmãos, vamos
permanecer firmes, lembrando quão difícil é o caminho de volta.
Há uma palavra de ânimo e incentivo aqui para aqueles que estão caídos. O
caminho de volta foi longo para Elias, mas ele não percorreu este caminho nas
suas próprias forças. A Bíblia diz: “Levantou-se, pois, comeu e bebeu; e com a
força daquela comida caminhou … até Horebe, o monte de Deus”! O caminho de volta
foi cumprido com a força da comida que Deus lhe havia providenciado. Deus o
estava disciplinando, mas Deus mesmo lhe deu as forças para suportar a
disciplina.
Isto é semelhante ao caso dos irmãos de José. Eles o haviam abandonado, e o
vendido à escravidão, mas, reconhecendo o seu erro, estavam arrependidos (Gên.
42:21-22). Antes de se revelar a seus irmãos, porém, José fez com que eles
passassem por maus momentos (Gên. caps. 42-44). Mas naqueles capítulos nós
percebemos como este processo estava causando sofrimento até mesmo a José. Duas
vezes lemos que ele, escondido dos seus irmãos, chorou (42:24; 43:30); para os
irmãos de José, o caminho de volta foi longo, mas José sofreu junto com eles.
Que verdade preciosa. Quando um cristão cair, e tentar voltar a ter a mesma
comunhão com Deus que ele tinha antes, ele terá um caminho longo e árduo pela
frente. Mas ele nunca deve pensar que Deus o abandonou. Quando Deus o
disciplinar, Ele o fará com amor, e Ele, como um Pai bondoso, estará se
preocupando com o Seu filho.
Vamos lembrar, então, destas três situações na vida de Elias quando Deus o
sustentou, lembrando que Deus é poderoso para prover plenamente para todas as
nossas necessidades. Em primeiro lugar, se estivermos dispostos a nos separar do
mundo e do pecado, segundo a ordem de Deus, podemos ter certeza de que Ele vai
nos sustentar ali mesmo, sem a necessidade de recorrermos à métodos ou
“instituições” humanas. Em segundo lugar, mesmo quando a situação parecesse
adversa, mesmo quando a torrente se seca e pensamos que estamos sozinhos, vamos
lembrar que Ele é fiel, e se permanecermos fiéis à Ele, teremos o nosso
sustento. E finalmente, até quando nós somos infiéis, Ele permanece fiel, ainda
querendo restaurar a nossa comunhão, ainda querendo nos alimentar
(espiritualmente).
”
Oh! provai, e vede que o Senhor é bom; bem-aventurado o homem que
nEle se refugia. Temei ao Senhor, vós os Seus santos, pois nada falta aos que o
temem. Os leõezinhos sofrem necessidade e passam fome, porém aos que buscam o
Senhor, bem nenhum lhes faltará”. (Salmo 34:8-10)